domingo, 21 de agosto de 2011

Caio F. Me descreveu.

“Lá está ela, mais uma vez. Não sei, não vou saber, não dá pra entender como ela não se cansa disso. Sabe que tudo acontece como um jogo, se é de azar ou de sorte, não dá pra prever. Ou melhor, até se pode prever, mas ela dispensa.
Acredito que essa moça, no fundo gosta dessas coisas. De se apaixonar, de se jogar num rio onde ela não sabe se consegue nadar. Ela não desiste e leva bóias. E se ela se afogar, se recupera.
Estranho e que ela já apanhou demais da vida. Essa moça tem relacionamentos estranhos, acho que ela está condicionada a ser uma pessoa substituta. E quem não é?
A gente sempre acha que é especial na vida de alguém, mas o que te garante que você não está somente servindo pra tapar buracos, servindo de curativo pras feridas antigas?
A moça…ela muito amou, ama, amará, e muito se machuca também. Porque amar também é isso, não? Dar o seu melhor pra curar outra pessoa de todos os golpes, até que ela fique bem e te deixe pra trás, fraco e sangrando. Daí você espera por alguém que venha te curar.
Às vezes esse alguém aparece, outras vezes, não. E pra ela? Por quem ela espera?
E assim, aos poucos, ela se esquece dos socos, pontapés, golpes baixos que a vida lhe deu, lhe dará.
A moça – que não era Capitu, mas também têm olhos de ressaca – levanta e segue em frente.
Não por ser forte, e sim pelo contrário… Por saber que é fraca o bastante para não conseguir ter ódio no seu coração, na sua alma, na sua essência. E ama, sabendo que vai chorar muitas vezes ainda. Afinal, foi chorando que ela, você e todos os outros, vieram ao mundo.”

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Romantica.


"porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloqüentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas. Já não tentamos o suicidio nem cometemos gestos tresloucados. Alguns, sim - nós, não. Contidamente, continuamos. E substituimos expressões fatais como "não resistirei" por outras mais mansas, como "sei que vai passar". Esse o nosso jeito de continuar, o mais eficiente e também o mais cômodo, porque não implica em decisões, apenas em paciência."

Caio F.


Porque o tempo tá passando e me vejo aqui presa dentro de um mundo especialmente construido por mim, o medo de conhecer esse tempo andante é enorme, e ficar aqui esperando o que vai acontecer de bom é a ideia original, preciso ser salva, preciso me salvar, quero um motivo maior e mais forte que me faça voar.

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Sobrevivo do ódio

Eu não iria falar mas sobre esse assunto, é maior que eu, e quando leio, vejo na televisão, ou simplismente escuto pessoas falando sobre meus olhos se enchem de lágrimas sinto a necessidade de pelo menos uma vez desabafar. É uma dor na alma, doi muito mais do que socos, tapas e pontapés. Tô falando de bullying. Hoje se fala muito nisso e eu já falei aqui em post antigo sobre o assunto. Não vou falar de prevenção, ou coisas do tipo, vou falar o que eu sinto e senti quando fui agredida. Não sei o que sentem meus agressores, se eles tem arrependimentos, ou não (existem pessoas assim) Alguns são casados, tem filhos e dai que fico pensando será que os filhos deles não passam ou passaram por isso? Se sim como eles se sentiram sabendo que foram agressores? E eu que fui agredida, levei socos, tapas e pontapés. Fui torturada pisicologicamente e aguentei firme, só lembro de ter contado uma vez a minha mãe e ela foi tirar "satisfações" com os agressores, só sei que para mim piorou muito, e tudo porque? Porque eu era gordinha? porque eu tinha repetido de ano? Porque eu era uma criança feliz? Não sei dizer. Sei que vivia com medo, não quis sair sozinha por um tempo (recebi várias ameaças) e nessa época eu não tinha amigos, estava sozinha contra 6, 7 meninos que cruelmente me chigavam, torturavam e me faziam odia-los, odiar o mundo, me revoltar contra quem me protegia. Eu não sei o que sinto por essas pessoas, aliás não as considero pessoas, na minha cabeça ainda são monstros que se acham melhores que o mundo.
Apesar de me livrar dos complexos, ainda não sou completamente livre e nunca serei, vou carregar pra sempre essas marcas, eles não imaginam o que fizeram comigo, me tranformaram em uma agressora e infelismente eu também já agredi e não me senti melhor "em mudar de lado" só fiquei pior.
Gostaria de dizer que foram coisas que esqueci, como esqueci muitos momentos bons que vivi, pena que não é assim, tá muito vivo em mim e o desejo de lutar contra é forte, e meu desejo de vingança é maior ainda. Preciso tirar esse desejo de mim e entrar na luta contra o BULLYING só quem passa, só quem é agredido sabe o quanto doi, sabe que essas marcas ficam profundas na alma.